Gerente de Mídia da Wienden+Kennedy fala sobre o dia-a-dia e os desafios da carreira

Orientados pela Profa. Cintia Dal Bello, os alunos do 1º semestre em Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Belas Artes realizaram uma visita técnica a uma agência de Publicidade para conhecerem sua estrutura e também entrevistarem um profissional da área que pudesse explicar o fluxo de trabalho, além de dar algumas dicas para os futuros profissionais.

A seguir, confiram a entrevista exclusiva que os alunos Gianlucca Maia de Oliveira, Gabriel Vieira Paiva e Wellington Henrique das Chagas realizaram com Alex Bezerra, gerente de Mídia da Wienden+Kennedy.

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A maior agência independente do mundo Wienden+Kennedy abre suas portas em sua unidade de São Paulo para jovens universitários estudantes de Publicidade e Propaganda para uma visita técnica.

Afim de promover uma experiência de como funciona uma agência publicitária, a WK selecionou o gerente de mídia Alex Bezerra para acompanhar os alunos do 1º semestre de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Belas Artes para um tour em sua unidade. O objetivo foi explicar de como funciona o fluxo de trabalho de uma agência, desde o contato com o cliente até a veiculação de uma campanha, apresentar cases de sucesso e dar algumas dicas para o mercado de trabalho. Se você está interessado em descobrir como foi essa visita acesse nosso post abaixo e boa leitura!

– Nome, idade, formação?

Alex Bezerra, 34 anos. Sou formado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Oswaldo Cruz/ FAITER.

– Por que escolheu a Publicidade?

Sempre quis algo relacionado a comunicação, minha primeira opção era RTV, mas não conhecia muito o mercado e suas possibilidades, como tinha uma prima que trabalhava com propaganda e marketing, optei por transferir o curso para publicidade, pois a grade curricular me agradou mais do que marketing.

– Lembra do primeiro estágio? Ou Freela?

Como não fiz uma faculdade com tradição em Comunicação, não consegui estágio, fui bolsista trabalhando dentro da faculdade em várias áreas, depois meu primeiro emprego mais próximo à área foi na Editora Segmento MC, trabalhava no departamento de Circulação e Kit, e por fim, 4 anos depois de formado, entrei em uma agência de publicidade.

Nunca fiz freelas, procurei me aprimorar primeiro para depois investir em uma tenda extra, esse ano que comecei a orçar alguns Jobs em parceria com alguns amigos de outras áreas, como Social / BI /Planejamento.

– Como chegou ao departamento em que está hoje? E por que o escolheu?

Minha história é meio maluca, cai de paraquedas, minha mãe trabalhava durante a manhã no metrô marechal e à tarde vendia trufa na rua, próximo ao colégio Oswaldo Cruz. Lá ela conheceu uma senhora que era da equipe de limpeza do colégio, fizeram amizade e minha mãe comentou que eu tinha feito PP no Oswaldo Cruz, mas nunca tinha entrado na área, e ela falou que a filha dela trabalhava em um agência. Ela pediu meu CV para levar para sua filha, minha mãe entregou uma cópia, o tempo foi passando e nada, mas sempre que se encontravam na rua elas falavam sobre isso, até que um ano depois ela pediu meu CV de novo e me ligaram para uma vaga de assistente de mídia na NeogamaBBH, era para substituir um estagiário. Fiz 4 entrevistas e no final não me contrataram, pois o time disse que não teriam tempo para me ensinar, pois eu não tinha experiência. Nesse meio tempo o assistente da moça que me indicou mudou de grupo e abriu a vaga dele, como eu já tinha feito todo o processo e todos tinham gostado, fui conversar com o RH e o grupo de mídia que cuidava de TIM celular,  era um grupo que tinha equipe no RJ devido ao cliente ficar lá, e a moça tinha preferência por contratar homem, pois a equipe era majoritariamente feminina, e que morasse perto da agência, pq ela morava na ZL e às vezes demorava muito pra chegar devido ao trânsito. Além disso, ela gostava de ensinar, pegar jovens com pouca experiência, de faculdades que não são tradicionais na área, mas acima de tudo, estimava pessoas que estivessem abertas a aprender e tals, e depois de tudo isso, passei na entrevista e fui contratado, começando na NEOGAMABBH em Janeiro de 2011 como assistente de mídia no grupo de TIM. Tive um misto de sorte, competência e alguém que (risos) acredotasse em mim. Hoje essa “moça” é uma grande amiga, me ensinou a base de mídia, já trabalhamos juntos na WK e estamos sempre nos ajudando.

– Dia a dia?

Não tenho muita rotina, durante a semana tenho reunião com veículos de comunicação, status do time, se estamos em fase de briefing/planejamento tenho que organizar o que cada um do time vai fazer, começo a fazer a estratégia, apresentação, estudos de mídia, temos check-ins internos para ver como cada área está trabalhando, se estamos com a campanha aprovada, temos toda a parte de implementação, acompanhamento, relatórios, reuniões internas e com cliente para alinhar pontos.

* Primeira campanha marcante.

Coca Cola Copa do Mundo do Brasil em 2014 (Wieden+Kennedy). [Confira aqui um vídeo da campanha].

– Campanha em que mais aprendeu?

Toda campanha tem pontos positivos e negativos, acho que o único que me lembro foi um projeto chamado MOP que era focado em digital, a ideaia era trazer para o Brasil um programa onde a torcida vira sócia do time. Por exemplo: o time vai contratar um jogador, porém não tem toda verba ou patrocinador, e ai nós criávamos uma campanha para uma “vaquinha”, ou seja, o torcedor contribuía com um valor e cada valor daria direito a algo, quanto maior a quantia, mais benefícios, porém não tivemos sucesso, pois é um modelo que fora do Brasil já funciona mas aqui não deu certo, em uma das campanhas acabamos divulgando antes do previsto e um dos jogadores que fez parte do projeto ainda não estava 100% contratado, faltava pouco para conseguir a verba mas acabamos veiculando um post no Facebook dizendo que ele já era do time!  

– Qual o maior desafio da carreira?

Campanha marcante foram muitas, mas acredito que a que fizemos para Coca-Cola para Copa do Mundo de 2014 foi a mais marcante, pois foram 2 anos de projeto.

Acho que o maior desafio não foi a campanha em si, mas sim aprender a ser um gestor. Quando fui promovido de coordenador para supervisor, passei a ter duas pessoas abaixo para ensinar, supervisonar, e isso é muito difícil, pois às vezes é mais facil a gente fazer o job por questão de praticidade e rapidez, é difícil você se desapegar das coisas, entender que a outra pessoa não vai fazer exatamente igual a você, e além disso passei a ter mais responsabilidade, então conciliar tudo isso foi difícil, ainda é as vezes (risos). 

– Se pudesse descrever a profissão, como seria?

Uma montanha russa, em 5 minutos muita emoção pode acontecer, tudo pode mudar, um job pode entrar ou cair, o planejamento pode mudar, algo que aconteça no país pode impactar sua campanha, enfim, a gente tenta ter uma rotina, mas dificilmente consegue.

– Dicas para entrar na área?

Ser cara de pau, se candidatar a vagas, estar sempre de olho nas redes sociais, sites e grupos para saber o que está acontecendo no mercado. Espero ter ajudado! 😀 

Texto: Gianlucca Maia de Oliveira, Gabriel Vieira Paiva e Wellington Henrique das Chagas (alunos do 1º semestre de PP).

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