Mensalmente a Belas Artes contribui com a Revista Ensino Superior com artigos da nossa Superintendente Acadêmica Profa. Dra. Josiane Tonelotto. Nesta edição, a professora, aborda a crescente crise de saúde mental entre os jovens e a responsabilidade inadiável das instituições de ensino em se tornarem redes de proteção à vida.
Partindo de uma experiência pessoal – a notícia da tentativa de suicídio de um aluno de 24 anos –, a educadora reflete sobre como a vida pode perder o sentido para alguém tão jovem. Ela relembra outros casos trágicos e afirma: “era preciso ter prestado mais atenção”. Essa percepção serve como ponto de partida para um chamado à ação coletiva dentro do ambiente acadêmico.
Dados alarmantes e um cenário preocupante
O artigo reforça a gravidade do problema com dados concretos. Segundo o Atlas da Violência 2023, o número de suicídios entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil cresceu 41% entre 2011 e 2021. Globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o suicídio como a quarta principal causa de morte nessa faixa etária.
Tais estatísticas, como frisa Tonelotto, não são apenas números: “eles representam histórias interrompidas, famílias devastadas, e um alerta que precisa ser ouvido pelas instituições educacionais”. A autora aponta que a juventude atual vive sob constante pressão, impactada pelo excesso de conectividade, pela cobrança por desempenho e pelo medo de um futuro incerto, fatores que geram um ambiente emocionalmente adverso.
O papel da educação: Mais que ensinar, acolher
A principal mensagem do texto é clara: as faculdades e universidades não podem mais se limitar a transmitir conhecimento. É preciso criar uma “cultura institucional de acolhimento e cuidado”, na qual o diálogo sobre saúde mental seja constante e legitimado.
Para a superintendente, essa responsabilidade deve ser compartilhada entre gestores, coordenadores e professores. Ela cita iniciativas da Belas Artes, como a criação de uma pós-graduação obrigatória para novos docentes focada na aprendizagem e na saúde mental dos alunos, como um caminho prático para preparar a comunidade acadêmica a identificar sinais de sofrimento e agir.
Ao final, a profa. Dra. Josiane Tonelotto conclui que a perda de um aluno é um “colapso coletivo” e uma falha de toda a instituição. “A educação que forma profissionais e cidadãos para ganhar o mundo, também precisa garantir que esses cidadãos permaneçam vivos e saudáveis”, finaliza.
O artigo completo pode ser conferido na edição de junho da Revista Ensino Superior | A urgência do cuidado nas instituições educacionais.