Por Gabriela Cruz, 3° semestre de Jornalismo.
Quando se trata de festivais de música já é de lei a casa cheia, e não foi diferente no bate papo que rolou nesta manhã (23) no Espaço DiGrado do Centro Universitário Belas Artes durante a IV Jornada de Comunicação. A convidada Paula Martins é formada em Relações Públicas pela USP e teve suas primeiras experiências com eventos quando atuou como estagiária na Secretaria da Cultura de São Paulo. Ela adentrou no departamento artístico participando da organização e planejamento de eventos como a Virada Cultural, e hoje trabalha na T4F como gerente de shows internacionais, dentre eles o notável Lollapalooza.
O festival acontece no Brasil desde 2012, sofrendo algumas alterações em 2014 mas desde então é realizado no Autódromo de Interlagos, anualmente entre março/abril, tendo a cada edição mais procura e por conseguinte maior prestígio. Esta última edição ocorreu nos dias 5, 6 e 7 de abril proporcionando a 246 mil pessoas uma experiência inesquecível.
Que o Lollapalooza é glamuroso a gente já sabe, mas a Paula nos contou o que realmente acontece antes mesmo do evento começar, desde o planejamento a longo prazo até a estruturação do line up. Para a realização do festival, há uma intensa produção durante 6 meses, além da organização das vendas – que se inicia em agosto/setembro – e do período dos shows por exemplo, Paula diz “não sou responsavel por tudo, mas participo de tudo”, ou seja, um trabalho quase que ininterrupto de inúmeras equipes para proporcionar a melhor vivência possível para os espectadores.
Quando vemos aquele line up prontinho só esperando o festival começar, nem se imagina o trabalho que dá para estruturá-lo, a Paula explicou que todo o processo entre escolher o artista e ele de fato vir para a América Latina é complexo. As escolhas são feitas em conjunto com as empresas que organizam tanto o Lolla Brasil, quanto o Chile e Argentina, e nem sempre as demandas batem, e quando sim ainda não garantem o agrado de todo o público.
Portanto, apesar de não serem fáceis de lidar, erros de percurso são comuns, como o que ocorreu na edição de 2019 envolvendo fatores climáticos, mas ainda assim faz parte do – árduo – planejamento e gerenciamento de projetos. Entretanto não há porque desanimar, pois apesar de toda essa burocracia, a satisfação de realizar um projeto cultural bacana é tamanha, que dá até vontade de tirar o seu do papel, não é?!